- computador portátil
- celular e internet
- kindle (leitor de livros digitais)
- câmera digital
- Havia uma bicicleta também, e há uma caixa de som bluetooth.
Eu meio que consigo juntar tudo e escapar do tédio. De certa forma essa é minha luta principal, já há três anos desempregado, vivendo como bolsista a um ano e meio.
A casa tem geladeira, fogão, armário.O quarto tem guarda-roupa e uma cama.
E isso é tudo. Tudo mesmo.
Foi Plutarco, entre os antigos, quem sugeriu que se estivéssemos cansados de nossas coisas, que nos imaginássemos sem elas, indo o mais longe que pudéssemos. Assim como não conseguimos ficar sem ar por muito tempo, logo iríamos precisar das nossas coisas novamente, e quando abríssemos os olhos, lá estariam elas. Acho válido. Mas, aí está, eu nunca me canso das minhas coisas. Na verdade este é minha principal arma contra o consumismo e a superficialidade implantada nas coisas: gostar daquilo que tenho e ter aquilo que gosto.
Agora: o mesmo não sei se consigo com os afetos. Minha esposa, minha família, meus amigos. Não me importo se eles passam semanas sem dar notícia, isso não dói. Mas pensar que não os terei mais comigo é insuportável. Acho que isso diz muito sobre como encaro a vida. Sêneca diria que eu deveria ser implacável com isso também: as coisas, e as pessoas, todas, elas irão passar. E deveríamos substituí-las, passado um tempo. Não há nada de errado com isso, sendo a mudança parte da vida.